Produtores de The Good Wife falam sobre seu final

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Os produtores de The Good Wife, Robert King, Michelle King e Julianna Margulies falam sobre o seu final.

New York Times: Mais cedo este ano, houve rumores de que The Good Wife voltaria para uma oitava temporada mesmo sem os Kings. Como veio a decisão de encerrar a série?

Julianna Margulies: Eu me senti colocada entre a cruz e a espada. Recebia mensagens de todos os lugares de que se eu quisesse continuar a série, a CBS faria. No início do ano, Robert e Michelle chegaram para mim e disseram que estavam escrevendo a série como se fosse o fim, porque iam sair. De repente, me senti colocada nesta posição precária. Se dissesse sim, estaria ferrando com eles, porque eles tem uma visão do show, é o bebê deles. Se eu dissesse não, a emissora ficaria com raiva assim como o elenco e a equipe. Então a CBS decidiu por mim sem eu ter nada com isso. David Stapf, o cabeça do CBS Estúdios, me ligou e disse “A última coisa que eu quero é que a série que tem sido o xodó da CBS nestes sete anos tenha uma oitava temporada sem os Kings e que os críticos comecem a falar que era melhor ela ter terminado junto com os Kings.” E ele tem razão. Acho que estavam honrando a intenção dos Kings.

Robert King: Além disso, estávamos a sabotar as coisas. Começamos a por fogo na lixeira da sala dos roteiristas. [Todos riem.]

NYT: Finais podem ser empreendimentos complicados, dado como os telespectadores flam nas mídias sociais. Como vê o final de The Good Wife?

Michelle King: A única coisa que direi é que a série sempre foi sobre Alicia. Então o final tem que honrar o fim de sua jornada.

Robert: Uma das coisas que queríamos fazer era mostrar o quanto a personagem mudou. Não só uma mudança chave, mas uma progressiva nestes sete anos. Por isso, há algumas lembranças nos episódios que fizemos este ano.

NYT: Quais foram as maiores mudanças de Alicia?

Julianna: Acho que a maior mudança foi não se importar com o que as pessoas pensam, o que a permite seguir em frente. Parou de se preocupar em ser a boa menina, mesmo que no fundo seja quem ela é essencialmente. E conforme ela começa a ser melhor em seu trabalho, começou a mudar quem era na vida pessoal.

Michelle: Eu acho que ela é uma pessoa diferente. O tema da série é a consequência de infortúnios na vida. Alicia começou de forma horrível quando foi humilhada publicamente. Seu marido a traiu com prostitutas. Mas foi o que a impulsionou a ter esta nova e interessante vida. Notícias ruins são sempre notícias ruins? Acho que verá esta questão ser levantada toda hora.

NYT: De que outra forma a série mudou nestes sete anos?

Michelle: Na primeira temporada, tínhamos meio a meio de casos fechados e histórias seriadas. Então a série se tornou mais seriada. Isto é delicado de se fazer. É por isso que este tipo de série vive mais no cabo ou streaming do que na tv aberta. Porque é muito difícil se superar 22 vezes e não virar um melodrama. Scandal fez isso, bom para eles. Não tentam viver na realidade. Mas se tentar viver na realidade como The Good Wife, é muito difícil.

Robert: Não poderíamos continuar jogando bombas como fizemos na quinta temporada quando sabíamos que Josh Charles ia sair da série. Podíamos ter rompido com Will e Alicia, sabendo que ele ia morrer no episódio 15. Mas não podíamos alguém em todo episódio. Por isso as tvs abertas gostam tanto de séries em hospitais. Pode ter sangue no chão em todo episódio.

NYT: Para uma série que não é procedural como NCIS ou uma novela noturna como Scandal, o fim de The Good Wife marca o fim de uma era?

Michelle: Se é o fim de uma era, eu não sei. É por causa dos atores. Os atores, de cara, não querem trabalhar tantos episódios se houver uma opção. O que eles dizem agora é que preferem fazer 13 ou 15 episódios, fazer seu melhor trabalho e ter uma vida.

Robert: Uma das razões pelas quais as emissoras s debatem sobre isso é porque é difícil manter uma voz por 22 episódios. Então talvez seja o último porque é um trabalho insanamente duro.

Michelle: Pode ser que histórias isoladas permaneçam, porque é o que fazem muito bem. E acho que podem ser muito divertidos, estas séries estritamente procedurias com um final fechado que não dependem da qualidade de atuação. Parte disso é um quebra-cabeça ou mistério.

NYT: O que seria necessáio para você se comprometer com outra emissora com 22 episódios por ano?

Julianna: Por nenhuma quantia de dinheiro no mundo.

Robert: É verdade? Mesmo se gostar do papel?

Julianna: Mesmo assim.

Robert: Então não trabalhará em tv aberta novamente, mas e a cabo?

Julianna: Num piscar de olhos.Faria cabo com certeza, porque são 4 meses, é como um filme. Se forem 11 episódios e dois meses de intervalo e depois mais 11, eu poderia fazer. Porque não é só um compromisso de tempo no set. Eu iria para casa no final de 14 horas de gravação, tenho uma família para cuidar e nove páginas de diálogo para aprender. Então nunca acaba.

NYT: Quais personagens e linhas de roteiros foram alterados ou retornaram no decorrer da série?

Robert: A personagem de Christine Baranski – Diane Lockhart – no comecinho da série, era para ser a chefe carrasca de Alicia. Era a premissa da mentora que sabota sua aprendiz. Mas se alguém conhece Christine Baranski, não pode ir muito longe com isso, você abraça o quão maravilhosa ela é. Ela tem esta incrível risada que ouvíamos ocm frequencia nos intervalos. Por que levaríamos ela para esta direção? Vamos fazer outras pessoas de vilã. Um nós cortamos porque arrumou outro trabalho – era Jason O’Mara (Damian Boyle na quinta temporada). Ele era um advogado de gangue, um pouco sombrio. o que era para acontecer é que quando Will morreu, ele se destacaria. Mas arrumou um trabalho em Complications.

Michelle: Isso aconteceu muito, não é? Se tentar fazer uma história seriada com atores que não são regulares, tem que ser um pouco ágil.

Julianna: Eles tinham um papel completo para Oliver Platt, mas então ele ganhou uma série.

Michelle: Ele era um empresário bem conservador e esperto e nos permitiu tratar de questões com Diane sendo liberal. E mesmo assim serem visto como intelectualmente iguais e respeitosos um com o outro. Foi umapena quando não pudemos mais usá-lo.

Robert: Uma das coisas que queríamos prosseguir mais e mais na série é que existe um viés de esquerda na tv que eu ouvi. Se houver um padre, você sabe que ele será um molestador de criança. É previsível. Nem tentam fazer propaganda do que é certo, só acho que devia haver uma discussão honesta que mostra para as pessoas o outro lado do aborto ou do casamento gay. Há um argumento intelectual aí.

NYT: Como foi ter que se adequar aos padrões e práticas das emissoras?

Robert: Há o problema dos padrões e práticas de pressão.

Julianna: Você falou pressão?

Robert: Devíamos delicadamente contornar problemas de pressão com cenas de sexo. Tivemos que morfarimagens porque não conseguíamos uma imagem limpa. Mas foi incrível o quanto a CBS nos deixou fazer. O primeiro episódio da segunda temporada foi sobre sexo oral.

NYT: O que a saída de Josh Charles permitir vocês fazerem diferente?

Robert: A perda de Josh Charles pareceu catastrófica para nós, mas nos deu um novo sopro de quem Alicia era, baseada no luto. Como a série mostra o fato de alguém morrer, ao contrário destas séries que matam alguém toda semana.

NYT: Há algum mérito nos rumores de que há uma hostilidade entre Julianna e Archie Panjabi, que não filmavam cenas juntas até a saída dela.

Julianna: É fofoca boba e não quero falar disso.

NYT: Se a série continuasse, quais as questões gostariam de abordar?

Robert: Trump e populismo. Como a democracia americana está virando o populismo europeu, tanto a direita quando a esquesda. A ala direita está tendendo ao anti-imigrante e a esquerda na direção do socialismo.

Michelle: Eu só estava tropeçando no fato de que existem algumas empresas que têm manifestações online sobre como orgulhoso são pelo número de pessoas que demitem. E pensei “oh, isso é um episódio”.

NYT: E se houvesse mais uma história para Alicia, qual seria?

Julianna: Uma das coisas que achei interessante este ano é algo Eli ficava dizendo. Que Alicia é uma estrela. Porque ela não se vê desta maneira de jeito nenhum. Teve esta história da procuradoria em que ela foi jogada debaixo do ônibus, gostaria de ver até onde isso iria. Especialmente no ambiente da Hillary Clinton agora. Acho que seria bem interessante.

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